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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Capítulo 80: PROFECIA MORTAL: LAIOS MORRE PELAS MÃOS DE SEU PRÓPRIO FILHO ÉDIPOS

Édipos(Οἰδίπους). Por anndr.
Com a morte de Anfion(Ἀμφίων) e Zetos(Ζῆθος), Tebas, agora rodeada por muralhas, ficara sem rei, e o povo decidiu procurar Laios(Λάιος) para suceder os reis gêmeos. Ainda incomodado pela morte de Crísipos(Χρύσιππος) o agora imperador de Tebas esquecera-se completamente que Pélops(Πέλοψ), lançava-lhe terríveis maldições, e que a Laios trariam terríveis conseqüências. Hera(Ἥρα),  ainda ressentida pela afronta de Laios, determinou que Tebas estava destinada a ser importunada por um espectro maligno vindo dos confins da Etiópia: a Esfinge, com seu enigma das três gerações e seu poder devastador, para punir Laios por seu envolvimento.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Capítulo 79: A PROLE NUMEROSA DE NÍOBE E A VINGANÇA DE LETO!



Níobe(Νιόβη). Por AireensColor.

Níobe(Νιόβη) era filha de Tântalos(Τάνταλος), o rei da Meônia (futura Lídia), e viera para a Hélade em companhia de seu irmão, Pélops(Πέλοψ). Depois de andarem de um lado para outro, buscando asilo, enquanto Pélops permanecia e reinava na Hélade, Níobe casou com Anfion(Ἀμφίων), o tocador de lira, que, com seu irmão Zetos(Ζῆθος), havia destronado Licos(Λύκος) e se apoderado de Tebas. 

De natureza fecunda, foi mãe de sete filhos e sete filhas, uma prole numerosa que lhe transmitia dignidade e respeito, chegando a se vangloriar. Seus filhos eram: Damasícton(Δαμασιχθων), Alfenor(αλφενωρ)(também chamado de Eupínitos), Ilioneus(Ιλιονευς), Fédimos(Φαίδιμος), Ismênio(Ισμηνός), Sípilos(Σίπυλος) e Tântalos. E as filhas chamavam-se: Ftia(Φθία), Astíoque(Αστυόχη), Neera(Νέαιρα), Cleódoxa, Téra(Θήρας), Ogígia(Ὠγυγίη) e Pelópia(Πελοπεια), também conhecida como Melibéia.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Capítulo 78: A DECEPÇÃO DE PÉLOPS, O AMOR PROIBIDO DE CRÍSIPOS E A MALDIÇÃO DE LAIOS

Mírtilos(Μυρτίλος) e Pélops(Πέλοψ). Por anndr.

Pélops(Πέλοψ) ignorava o seu destino e, encolhendo os ombros, tornou à biga e, calmamente, dirigiu-se para Pisa, onde foi recebido pela esposa Hipodâmia(Ιπποδάμεια).

— Saíste cedo com Mírtilos(Μυρτίλος)... mas voltaste só. Onde está ele, meu esposo?

sábado, 7 de dezembro de 2013

Capítulo 77: PÉLOPS CORTEJA HIPODAMIA. A CORRIDA MORTAL

Pélops(Πέλοψ). POR  danielwarrenart.

Pélops(Πέλοψ), depois que os deuses o reconstituíram, foi levado por Poseidon(Ποσειδῶν) ao Olimpo. E o menino, refeito, na companhia dos Imortais, agradeceu a Zeus(Ζεύς) e pediu-lhe que não castigasse o seu pai, que quis agradar os deuses, mesmo que de maneira errada.

Zeus que a essa altura já havia lançado Tântalos(Τάνταλος) as profundezas do tártaro, nada fez. O mesmo ordenou que Poseidon o leva-se de volta a companhia de sua irmã Niobe, que a esta altura ja sentia saudades do seu irmão.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Capítulo 76: O BANQUETE SELVAGEM DE TÂNTALOS! E O SACRIFÍCIO DE PÉLOPS.

Tântalos(Τάνταλος). Por MateiT.

Tântalos(Τάνταλος), filho de Zeus(Ζεύς), e da oceânide Plutó(Πλουτω), reinava na Lídia. Rico e querido pelos deuses, era sempre admitido em seus festins, onde recolhia informações para levá-las aos mortais.

Desposou a plêiade Dione(Διωνη), filha de Atlas(Ἄτλας), e foi pai de Pélops(Πέλοψ) e Níobe(Νιόβη). Gozando o fato de ser filho de Zeus e acreditando que tudo pudesse fazer, Tântalos abusava de vaidade e ambição, sendo assim, sempre disposto a revelar aos homens os segredos divinos, Tântalos roubou o néctar e a ambrosia e ofereceu-os aos mortais. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Capitulo 75: OS FILHOS DE ZEUS, ANFION E ZETOS E A MORTE DE DIRCE!!!

ANFION(Ἀμφίων) E ZETOS(Ζῆθος). Por catandcrown.

O cheiro da morte já se havia impregnado nas mantas e cortinas dos aposentos de Lábdacos(Λάβδακος), cujo nome seu pai, o rei Polidoros(Πολύδωρος), deu-lhe tirando-o da letra lambda do alfabeto grego, tornara-se, então, o seu substituto no poder de Tebas. Licos(Λύκος) parou à porta e hesitou. Um dos médicos fez sinal para que entrasse.

— O rei deseja lhe falar — disse, baixinho.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Capítulo 74: ANTÍOPE A NOVA AMANTE DE ZEUS

Antíope(Ἀντιόπη). Por Alayna.

Recém-chegados a Tebas, onde o rei Penteus os acolheu e lhes deu residência fixa, Licos(Λύκος) e Nicteus(Νυκτεύς) foram testemunhas da vingança de Dionísio(Διονυσος) contra Agave(Αγαυη) e do triste fim de Penteu(Πενθεύς). No entanto, antes de sua morte, o soberano deu-lhes cargos no seu governo, e a Licos, especialmente, o de polemarca, comandante geral das suas forças armadas.

Depois que Agave fugiu para a Ilíria, ao encontro de Cadmos(Κάδμος) e Harmonia(Ἁρμονία), seu irmão Polidoros(Πολύδωρος), o antecessor, ainda vivia e assumiu o trono de Tebas novamente. Logo depois, porém, foi ferido numa batalha e, estando em seu leito de morte, confiou o reino a seu jovem filho Lábdacos, no entanto como o mesmo ainda tinha apenas um ano de idade, o trono foi ocupado interinamente por Nicteus. Este passou a governar como regente, até que chegasse o dia em que Lábdacos pudesse reinar.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Capítulo 73: A VINGANÇA DE APOLO E A PUNIÇÃO DE FLÉGIAS

Flégias(Φλεγύας). Por DiegoGisbertLlorens.

O guarda chegou apressado e empertigou-se ao lado de Licos(Λύκος), o comandante das forças armadas de Tebas.

— Senhor, o rei agoniza e o chama à sua presença.

Licos esperava a morte de Lábdacos(Λάβδακος) para qualquer momento. Quando o seu rei travou uma guerra contra seu vizinho, o rei Pandion(Πανδίων), de Atenas, foi gravemente ferido.  Depois da derrota que sofrera, Lábdacos voltou a Tebas e proibiu o culto a Dionísio(Διονυσος). 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Capítulo 72: A DESCENDÊNCIA DE APOLO E O REMORSO DE CREÚSA

Apolo(Ἀπόλλων). Por LhuneArt.

O rei Erecteus(Ἐρεχθεύς), de Atenas, após o rapto de sua filha Oritia(Ὠρείθυια) por Boreas(Βορέας), agora dedicava sua atenção a sua filha mais nova, chamada Creúsa(Κρέουσα). Era um encanto. E Creúsa colhia flores, naquele dia ensolarado. E encontrou, numa profunda caverna próxima de Atenas, lindos botões de açafrão.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Capítulo 71: A OBSSESSÃO DE TEREUS E AS METAMORFOSES DE PROCNE E FILOMELA

Procne(Πρόκνη) e Filomela(Φιλομήλα). Por Orpheelin.

O povo de Atenas vivia em constantes conflitos com outros povos gregos. Eram comuns as guerras pelos limites da cidade, sempre fomentada por Ares(Ἄρης). Houve a questão de terras entre Pandion(Πανδίων) e seu vizinho Lábdacos(Λάβδακος), de Tebas, e Pandion teve que solicitar o auxílio de Tereus(Τηρεύς), filho de Ares. 

domingo, 10 de novembro de 2013

Capítulo 70: A MORTE DE ERICTÔNIO, SUA DESCENDÊCIA PANDION E O RAPTO DE ORÍTIA

Boreas(Βορέας) e Oritia(Ὠρείθυια). Por AnekaShu.

Quando Erictônio(Ἐριχθόνιος) cresceu, se tornou rei da então Atenas e casou-se com a náiade Praxitéia(Πραξιθέα), após destronar Anfictião(Ἀμφικτυών), uma das primeiras coisas que fez, logo depois que Agraulos(Άγραυλος), sua ama, morreu, foi satisfazer o desejo de Athena(Ἀθάνα) de honrá-la como deusa; mas, associando no seu reconhecimento a filha de Cécrope(Κέκροπας) e a deusa que o havia protegido, elevou um templo em duas partes, uma das quais foi dedicada a Athena e outra a Agraulos. Tal construção, séculos depois, seria queimada pelos persas, como todos os monumentos de Atenas.

sábado, 9 de novembro de 2013

Capítulo 69: A MORTE DE AGRAULOS E O JULGAMENTO DE ARES!

ARES(Άρης). Por Sayara-S.

Agraulos(Άγραυλος) tinha ciúmes de Herse(Έρση), pois sabia que ela recebera o amor de Hermes(Ἑρμής), por quem nutria secreta paixão. Herse, Pândrose(Πάνδροσος) e Agraulos moravam na Acrópole, a serviço de Athena(Ἀθάνα). Sua casa tinha três aposentos, e no do meio morava Herse.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Capítulo 68: QUANDO A CURIOSIDADE MATA! HERSE, PÂNDROSE E AGRAULOS!

HERSE(Έρση), AGRAULO(Άγραυλος) E PANDROSE(Πάνδροσος). Por Genzoman.

Athena(Ἀθάνα) vinha embalando o infante dentro de sua canastra, um cesto redondo de vime, e pôs-se a cantar para adormecê-lo enquanto se dirigia a Atenas. A mesma lembrava-se ainda do velho rei e de suas filhas.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Capítulo 67: BATALHA DOS DEUSES, ATHENA CONTRA POSEIDON E A ORIGEM DE ATENAS.

ATHENA(Ἀθάνα). Por JessiBeans.

Cécrope(Κέκροπας), como filho de Gaia(Γαῖα), havia emergido da Terra, mas tinha uma cota de forma humana, e, portanto, era um diphyes, “de dupla natureza”, tal qual os Gigantes. Foi também o primeiro mortal a dirigir-se a Zeus(Ζεύς) chamando-o pelo nome.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Capítulo 66: HEFESTO TENTA VIOLAR ATHENA E O NASCIMENTO DE ERICTÔNIO.

ERICTONIO(Ἐριχθόνιος). Por RubusTheBarbarian.

Hefesto(Ἥφαιστος) enxugou a testa com a costa da mão. O calor do fogo queimava sua pele e seu corpo nu brilhava de suor. Escutou passos, olhou e para sua surpresa naquele momento adentrava em sua forja Athena(Ἀθάνα).

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Capítulo 65: O INFORTÚNIO DE PALAS

Palas(Παλλάς). Por Zeldacw.

Athena(Ἀθάνα) observava Palas(Παλλάς) com o canto dos olhos, enquanto terminava o conto de Aracne. A jovem parecia atônita diante de todo aquele relato. A deusa perspicaz a toda sua leitura da figura de Palas a seguir pronunciou:

— Só sou cruel quando me agridem, Palas. Não vá me dizer que tem medo de mim.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Capítulo 64: ARACNE, A TECELÃ QUE DESAFIOU ATHENA

Aracne(Αράχνη). Por Genzoman.

Athena(Ἀθάνα) não esqueceu de sua promessa a Dionísio(Διονυσος) e, resolvida mesmo a presenteá-lo, desceu do Olimpo para procurar Hefesto(Ἥφαιστος), em sua forja, na cratera do vulcão. Hefesto, depois que Afrodite(Ἀφροδίτ) o abandonou, unira-se a Cáris(χάρις), uma das Cárites, e depois a Aglaia(Αγλαΐα), a mais nova das Graças. Foi pai de Ardal(Αρδαλος) o escultor lendário, de Palemon, que vivia em campanhas e viagens e de Perifetes(Περιφήτης), que se tornara um assaltante de estradas. Tinha pernas defeituosas e apoiava-se num bastão de bronze, que usava para atacar os viajantes.

domingo, 3 de novembro de 2013

Capítulo 63: CADMOS E HARMONIA, SUA METAMORFOSE EM SERPENTES E A REDENÇÃO AO OLIMPO

Cadmos(Κάδμος) e Harmonia(Ἁρμονία). Por Tira-Owl.

Dionísio(Διονυσος) voltou ao Olimpo logo depois que Agave(Αγαυη), em seu louco delírio, matou o próprio filho e fugiu de Tebas. Mal chegou à morada dos deuses, encontrou Athena(Ἀθάνα) que, em seu observatório de pedras, assistira ao trágico fim de Penteu(Πενθεύς). 

sábado, 2 de novembro de 2013

Capítulo 62: AGAVE AQUELA QUE DIFAMOU DIONÍSIO E SUA TERRÍVEL PUNIÇÃO

Agave(Αγαυη). Por Daniel Govar.
Dionisio(Διονυσος) foi a Tebas, determinando a punir a família de sua mãe por sua falta de fé, tanto nas suas irmãs como nele próprio. A esta altura, o adivinho Tirésias(Τειρησίας), já havia advertido o rei a não insultar o semideus que se aproximava de Tebas, aconselhando-o a dar-lhe hospitalidade. Informado de que homens, mulheres e crianças de Tebas também participavam do séquito do novo deus, Penteu(Πενθεύς) pôs-se a esbravejar, enfurecido:

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Capítulo 61: TIRÉSIAS: O VIDENTE DIVINO

TIRÉSIAS(Τειρησίας). Por Sancient
Logo Dionísio(Διονυσος) aprendeu a observar o mundo, debruçando-se também nas beiradas de pedra que se projetavam acima do imenso abismo que se estendia abaixo do Olimpo. E foi de lá que reparou em Agave(Αγαυη), filha do rei  Cadmos(Κάδμος) de Tebas, irmã de Sêmele(Σεμέλη). Agave era casada com Equíon, um dos cinco Spartoi, ou seja, dos guerreiros que ficaram, daqueles metamorforseados dos  dentes do dragão que Cadmos destruíra. Dessa união nasceu Penteu(Πενθεύς).

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Capítulo 60: AS VIAGENS DE DIONÍSIO E O ENCONTRO COM OS PIRATAS DO MAR TIRRENOS

TIRRENOS (Τυρρηνοί ). Por Sketchboook.

Após o episódio na Trácia e pretendendo alcançar as regiões longínquas da Índia, Dionísio(Διονυσος) teve que enfrentar os caminhos mais difíceis. Em um carro puxado por panteras, conduziu sua comitiva pelo Eufrates passando sobre uma ponte de cordas que eles mesmos fizeram, trançadas com trepadeiras de videira e hera.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Capítulo 59: A LOUCURA DE DIONÍSIO E A BUSCA POR SUA SANIDADE.

Cibele(Κυβέλη). Por Genzoman.

Devido ao estado de constante embriagues, Dionísio(Διονυσος) não conseguiu mais elevar-se em suas projeções astrais e seus centros energéticos diminuíram sua atividade. Não se preocupava mais em mergulhar em seu interior, pois a bebida inebriante lhe dava uma falsa sensação de abertura psíquica.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Capítulo 58: A CRIAÇÃO DE DIONISIO E A FUGA DE FRIXOS E HÉLE

Dionísio(Διονυσος). Por Marizano.

O jovem deus já estava encerrado na coxa de Zeus(Ζεύς), e lá permaneceu até o dia designado para o nascimento, aguardando o curso da Lua que traria a maturidade do feto. Daí, a rotundidade amoleceu sob as dores do parto, e o menino, que passara o regaço feminino ao regaço masculino, nasceu da coxa geradora.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Capítulo 57: HERA SE VINGA COM A DESTRUIÇÃO DE SÊMELE

SÊMELE (Σεμέλη). Por Maevachan.

Do alto do Olimpo, os olhos de águia de Hera(Ἥρα) não perderam Zeus(Ζεύς) de vista nem por um momento. Depois fixaram-se, cruéis, em Sêmele(Σεμέλη). A senhora do Olimpo esperou o momento oportuno, tomou então a forma de uma velha mulher, bateu à porta de Cadmos(Κάδμος) e pediu para ver Harmonia(Ἁρμονία), a mãe de Sêmele.

— Minha rainha — disse a anciã, em tom lamuriento — vim de muito longe e viajo há meses. Suplico que me dê hospedagem por alguns dias, até que me restabeleça e possa continuar meu caminho.

domingo, 6 de outubro de 2013

Capítulo 56: A PUNIÇÃO DE QUELONE E O CASAMENTO DE CADMOS E HARMONIA

QUÉLONE (Χελώνη). Por Cris Ortega.

Cadmos(Κάδμος) avaliava com perplexidade as expressões no rosto de sua adorada filha Sêmele(Σεμέλη), pelo fato de ter uma memória tão viva dos acontecimentos há muito relatados. 

— Bem... — Continuou ele — conforme lhe disse a interferência divina está presente em nossa família, os próprios Olimpianos além de me fornecerem minha esposa, como você bem observou, também estiveram presentes em nossa cerimônia de casamento.

sábado, 5 de outubro de 2013

Capítullo 55: SÊMELE A DESCENDENTE DE CADMOS E A ORIGEM DE TÉBAS

Sêmele(Σεμέλη). Por Genzoman.
Observado a menina que acabara de sair dos arbustos, Zeus(Ζεύς) se aproximou e examinou-a com os olhos.

— Você é jovem e forte. Servirá perfeitamente a meus propósitos. Quer me ajudar, Sêmele(Σεμέλη)?

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Capítulo 54: A CONVIVÊNCIA DE EUROPA EM CRETA

ZEUS(Ζεύς) e EUROPA(Ευρώπη).  Por Daveswartzart.

Isolada naquela ilha, Europa(Ευρώπη) caminhava ainda confusa com os acontecimentos. Então, Hipnos(Ὕπνος) desceu do Céu e a fez adormecer, enquanto que Morfeus(Μορφεύς) foi confortá-la e dar-lhe sonhos agradáveis. Após algum tempo, Europa despertou de um sono profundo quando Éos(Ἠώς) já surgia no alto do céu. Perturbada, olhou à sua volta e chamou por seu pai. Mas não reconheceu aquele lugar, e lamentou-se:

— Eu, filha infiel, como ouso pronunciar o nome de meu pai? Que loucura fez com que me esquecesse de tudo? Mas será que estou mesmo acordada, será que tenho culpa e devo me envergonhar do que aconteceu? Não, certamente não tenho culpa alguma, e é só uma imagem de sonho que me perturba o espírito.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Capítulo 53: O RAPTO DE EUROPA

EUROPA(Ευρώπη). Por Genzoman.

Cadmos(Κάδμος), o pai de Sêmele(Σεμέλη), continuava o seu relato de como os deuses sempre estiveram intimamente ligados à sua família, e Sêmele sabia em seu intimo que esta relação nem sempre trazia somente graças, como aconteceu com sua avó Líbia(Λιβύη), filha de Épafos(Ἔπᾰφος), que se unira a Poseidon(Ποσειδῶν), gerando Belos(Βῆλος), que veio a ser rei do Egito, e Agenor(Ἀγήνωρ), seu pai.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Capítulo 52: A TRAGÉDIA DE CALISTO E O BANQUETE MACABRO DE LICÁON

CALISTO(Καλλιστώ). Por Calisto-lynn.

Sêmele(Σεμέλη) suspirou, depois de relembrar o amor e o sofrimento de sua trisavó, a sacerdotisa Io(Ἰώ).

— Será que foi verdade mesmo? — pensou ela — Às vezes acho que são só lendas. Se nunca vi um deus, como posso acreditar que eles se aproximam de nós, como simples mortais?

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Capítulo 51: IO, A AMANTE DE ZEUS TRANSFORMADA EM NOVILHA

IO(Ἰώ). Por Genzoman.
Sêmele(Σεμέλη) tivera uma noite agitada. Em sonhos, uma criança segurava suas mãos, enquanto insistentemente a chamava de mãe. Ainda em sonhos, a jovem sacudia debilmente a cabeça, tentando explicar ao menino que jamais tivera filhos. Mas o menino insistia:

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Capítulo 50: ZAGREU, A PRIMEIRA FORMA DE DIONISIO, A CRIANÇA PERSEGUIDA E DESPEDAÇADA.

PERSÉFONE(Περσεφόνη) e ZAGREU(Ζαγρεύς). Por Dashinvaine.

Zeus(Ζεύς) passeava pelos jardins do Olimpo, contemplando a natureza colorida e exótica que rodeava a morada dos deuses. Mais adiante, viu Afrodite(Ἀφροδίτ), ajoelhada na terra, contemplando a anêmona que criara pela morte de Adônis(Άδωνις). 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Capítulo 49: A DISPUTA POR ADÔNIS, AFRODITE VS PERSÉFONE

ADÔNIS(Άδωνις) E AFRODITE(Ἀφροδίτη). Por Imperia-Studio.

Adônis(Άδωνις) empreendeu sua desoladora viagem rumo ao Reino das Sombras, o destino de todos aqueles que eram afastados da vida no mundo superior. Na primeira encruzilhada da trilha sombria que seguia, Adônis viu surgir a sua frente um homem alto, corpulento. Usava um elmo, calçava sandálias aladas e segurava um cetro de ouro.

domingo, 8 de setembro de 2013

Capítulo 48: ADÔNIS, O FRUTO DO AMOR DE MIRRA E A VINGANÇA DE ARES

ADÔNIS(Άδωνις). Por Jodeee.

O tempo corria, e Adônis(Άδωνις), filho do rei Cíniras(Κινύρας) com sua própria filha Mirra(Μύρρα), se transformava no rapaz de beleza mais exuberante que até então havia pisado o solo do mundo dos vivos. Pessoas acorriam, curiosas, de longe. Vinham de toda parte apenas para admirar seu porte, seus movimentos, seu modo de olhar e de sorrir.

sábado, 7 de setembro de 2013

Capítulo 47: MIRRA, A PRINCESA QUE OFENDEU AFRODITE.

Mirra(Μύρρα). Por kamikazuh.
Debruçada na beirada de pedra, Afrodite(Ἀφροδίτ), se divertia vendo os homens adornarem seu Templo, na pequena cidade encravada ao lado do grande rochedo. Sabia que Psiqué(Ψυχη) havia enviado uma mensagem ao pai através de Hermes(Ἑρμής),  advertindo-o contra o abandono em que estava o Templo da deusa do Amor.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Capítulo 46: A VINGANÇA DE AFRODITE E A REDENÇÃO DE PSIQUÉ

PSIQUE (Ψυχη). Por Genzoman.

Psiqué(Ψυχη) correu para a residência, para buscar alguma explicação. E novamente encontrou suas irmãs acompanhadas de seus maridos. Depois de ser recebida com espanto por elas, contou toda a sua terrível história.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Capítulo 45: PSIQUÉ, A PAIXÃO SECRETA DE EROS

EROS (Ἔρως) e PSIQUE (Ψυχη). Por Zzigae.

Afrodite(Ἀφροδίτ) ainda se habituava a sua rotina no Olimpo, com admiração ela acompanhava os passos de Eros(Ἔρως), que espalhava o amor pelo mundo dos homens, ela observava atentamente a adoração em seus temlos e sentia apreces dos humanos direcionadas a ela.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Capítulo 44: O MEDO DE EROS E A FRUSTRAÇÃO DE ZEUS

EROS (Ἔρως). Por Reapersun.

Afrodite(Ἀφροδίτ) retornou ao Olimpo. Os deuses ocupados com tantos novos acontecimentos surgidos depois do dilúvio, já nem se lembravam de sua aventura com Ares(Ἄρης). Aliás, preocupavam-se mesmo era com Ares e Deméter(Δήμητρα). 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Capítulo 43: NÉRITES, O FILHO DE NEREU E A PAIXÃO DE AFRODITE

NÉRITES(Νηριτης). Por Mullerpereira.

Reclinada sobre uma pedra muito lisa, Afrodite(Ἀφροδίτ) sentia os raios do sol beijarem sua pele macia.

— Chipre é uma ilha maravilhosa, — pensou, deixando os olhos vagarem pela paisagem ao seu redor — mas um dia voltarei ao Olimpo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Capítulo 42: CORE ACEITA SEU DESTINO, SURGE A RAINHA PERSÉFONE

Perséfone(Περσεφόνη). Por Genzoman.

Deméter(Δήμητρα), aflita pela perda da filha, já não se importava mais. Seus olhos permaneciam distantes e vazios e se iluminavam somente à visão das crianças humanas. Todas lhe lembravam a sua filha roubada. E apesar de seu jeito vencido, pois havia envelhecido em poucas semanas, parecia uma camponesa dobrada pelos duros trabalhos. As crianças que via, inesperadamente, aproximavam-se e vinham brincar ao seu lado, e as menores lhe saltavam no colo e perguntavam seu nome.

domingo, 1 de setembro de 2013

Capítulo 41: HÉCATE, A DEUSA DA MAGIA E DA NOITE.

HÉCATE(Εκάτη). Por DoroxDoro.

O templo dedicado a deusa ficou pronto em Elêusis e Deméter(Δήμητρα) se recolheu nele. A saudade de Core(Κόρη) doía cada vez mais em seu peito, aumentando ainda mais com a impossibilidade de transformar Demofonte(Δημοφῶν) em um imortal. Escondida de todos, Deméter sofria suspeitando que Hades havia levado sua amada filha.

sábado, 10 de agosto de 2013

Capítulo 40: A PROCURA POR CORE, O INFORTÚNIO DE METANIRA.

Metanira(Μετάνειρα). Por lordaphaius28.

Com o desaparecimento de Core(Κόρη), Deméter(Δήμητρα), desesperada, saiu à procura da filha. Não dormia, não comia e nem se banhava. Apenas caminhava e interpelava a todos os que encontrava em sua caminhada. Ao cair a noite, com duas tochas acesas, disfarçando-se de velha camponesa, continuou, de porta em porta, a bater em choupanas e palácios. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Capítulo 39: O RAPTO DE CORE A AMADA FILHA DE DEMETER

HADES(Άδης) e CORE(Κόρη). Por Genzoman.

Ao chegar ao Olimpo, Hades(Άδης) foi pedir a Zeus(Ζεύς), que falasse com Deméter(Δήμητρα), para que lhe desse sua filha em casamento. Queria tê-la consigo em seu reino, para com ele viver e reinar.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Capítulo 38: HADES, O IMPERADOR DO MUNDO DOS MORTOS


Hades(Άδης). PorGenzoan.

Após a vitória sobre os Titãs, a Hades(Άδης) coube domínio dos reinos subterrâneos, ou seja, o lugar para onde vão as almas das pessoas mortas (sejam elas boas ou más), guiadas por Hermes(Ἑρμής), o emissário dos deuses, para lá tornarem-se sombras. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Capítulo 37: DEMÉTER, A DEUSA DA COLHEITA E SEU AMANTE MORTAL IÁSION

DEMÉTER(Δημήτηρ). Por Genzoman.

Os homens conseguiram, a duras penas e com o auxílio dos espíritos da natureza, fazer com que a terra voltasse a dar flores e frutos. Deucalião(Δευκαλίων) e Pirra(Πύρρα) tiveram filhos e filhas. As planícies voltaram a verdejar e as gotas douradas do sol novamente surgiram sobre a superfície tranquila e cristalina dos lagos.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Capítulo 36: PIRRA E O DILÚVIO QUE PÔS FIM AOS HOMENS.

PIRRA(Πύρρα). Por Genzoman.

A paz abandonou definitivamente a Terra, que ficou entregue à cobiça dos homens. As coisas estavam nesse estado quando Zeus(Ζεύς), deus dos deuses, observando o caos que se instalara,decidiu pôr um fim nele.

domingo, 4 de agosto de 2013

Capítulo 34: ANFITRITE, A SENHORA DOS OCEANOS.

ANFITRITE(Ἀμφιτρίτη). Por Genzoman.

Poseidon(Ποσειδῶν), confiante, partiu de seu palácio azulado no fundo do mar em direção a Strongyle, a futura ilha de Náxos, conduzindo seu carro puxado por golfinhos. Fazia um lindo dia de sol quando chegou às margens pedregosas da ilha. 

sábado, 3 de agosto de 2013

Capítulo 33: POSEIDON, O SENHOR DOS MARES.

POSEIDON(Ποσειδῶν). Por Genzoman.

Com a derrota dos Titãs, Zeus(Ζεύς) realizou a partilha do mundo, concedendo a Hades(Άδης) os subterrâneos e os Infernos e a Poseidon(Ποσειδῶν) todas as águas que circundam e adentram na Terra. A Poseidon, que lhe coube pela sorte o domínio dos mares, Zeus deu-lhe de presente uma grande carruagem com a forma de concha. O carro vinha atrelado a dois seres monstruosos, metade cavalo metade serpente.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Capítulo 32: MEDUSA, A GÓRGONA AMALDIÇOADA.

Medusa(Μέδουσα). Por Genzoman.

As divindades marinhas não conseguiam esconder sua curiosidade. Por que teria Zeus(Ζεύς) chamado Poseidon(Ποσειδῶν) ao Olimpo? Ao chamado do Senhor do Olimpo, o rei dos oceanos deixou seu palácio encantado que se erguia sobre colunas de corais, no meio do magnífico jardim ornado de plantas marítimas e, segurando o pesado tridente, subiu em sua carruagem puxada por quatro imponentes corcéis marinhos e partiu através das águas, seguindo por uma incrível escolta de golfinhos e monstros marinhos.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Capítulo 31: DEUCALIÃO, O HERDEIRO DE PROMETEU. O DESTINO DOS HOMENS É SELADO.

DEUCALIÃO(Δευκαλίων). Por el-grimlock.

Depois que Pandora havia libertado os males contra o mundo, abrindo a ânfora, nascia a Geração de Bronze da Humanidade, e o crime irrompeu como uma inundação entre os homens; a Modéstia, a Verdade e a Honra fugiram, deixando em seus lugares a Fraude, a Astúcia, a Violência e a insaciável Cobiça. Os homens, pretendendo transpor as águas, começaram a derrubar árvores nas montanhas e ultrajar a face do Oceano.



A Terra, que até então fora cultivada em comum, começou a ser dividida entre os possuidores. Os homens não se contentavam com o que produzia a superfície, sendo assim escavaram a terra e tiraram do seu seio os minérios e metais. Produziu-se o danoso ferro e o ainda mais danoso ouro. Surgiu a Guerra, utilizando-se de um e de outro como armas; o hóspede não se sentia em segurança em casa de seu amigo; os genros e sogros, os irmãos e irmãs, os maridos e mulheres não podiam confiar uns nos outros. Os filhos desejavam a morte dos pais, a fim de lhe herdarem a riqueza; o amor familiar caiu prostrado.

— Onde foi que errei? — perguntava Prometeu(Προμηθεύς) a si mesmo, vendo os homens se destruírem em meio a guerras e crimes hediondos. — O que fiz de errado?

A Terra ficou úmida de sangue, e os deuses a abandonaram, um a um, até que ficou somente Astréia, deusa da inocência e da pureza, que, finalmente, acabou também partindo. Prometeu não se conformava. A esperança que um dia tivera de ver os homens evoluírem espiritualmente, já não mais existia. Só ficou a tristeza.

— Céus! — exclamou, vendo a águia que se aproximava mais uma vez para bicar-lhe o fígado — Por que não me devora de uma vez? Meu maior castigo não é a dor desta ferida aberta, mas sim a destruição de meu ideal e de minha esperança. — Retorceu os lábios num sorriso dolorido — Esperança! Que ironia! Foi o único Bem que restou aos homens e é justamente o que fugiu de mim.

E lá estão eles, orando e pedindo aos deuses uma felicidade que foi arrancada de suas almas por suas próprias atrocidades. E têm a esperança de serem atendidos; esperam um futuro melhor. E o que pensam os deuses? Têm também a esperança de que eles se regenerem? Não, certamente. A Esperança é um Bem que pertence somente aos homens. Aos deuses cabe a Sabedoria e onde há a Sabedoria, não existe a Esperança, mas somente o conhecimento daquilo que é e que será. E a mim, nada mais resta...

Restava, sim, mas ele não sabia. Restava Deucalião(Δευκαλίων), o filho que deixara no ventre de uma mulher, na última vez em que conseguiu escapar. Depois disso, Hefesto o prendeu à rocha com pesados grilhões e nunca mais pôde fugir...

Deucalião cresceu entre os homens e herdou do pai os sonhos e as esperanças. Uma vez, ao vê-lo de olhos pregados no infinito, sua mãe sacudiu a cabeça.

— Desça dos céus, menino, e ponha os pés na terra! Não siga o exemplo de seu pai que, de tanto olhar para o céu, terminou acorrentado à rocha, no meio das nuvens. Não sonhe demais, busque a realidade.

E ele descansou nela os olhos tristes.

— Que realidade, mãe? As brutalidades que nos cercam? Para que olhar para os homens, se posso contemplar os deuses com os olhos de minha alma?

Ela afagou seus cabelos rebeldes.

— Pois, então, peça aos deuses que o protejam, pois no mundo cruel dos homens não há lugar para os sonhadores.

Um dia, estava Deucalião dormindo recostado a uma árvore, quando foi despertado pelo toque leve de dedos macios sobre seu ombro. Abriu os olhos, espantado, e viu uma moça à sua frente. Vestia uma túnica longa, presa à cintura por um longo cinto, como as deusas. Pensou que era uma alucinação.

— Deucalião? — perguntou a jovem, numa voz suave, mas bastante real. — Você é Deucalião?

— Sim — respondeu ele. — Este é o meu nome. E você, quem é?

— Sou Pirra(Πύρρα), filha de Pandora e Epimeteu, irmão de seu pai.

Deucalião levantou-se, num salto, e seu rosto se iluminou.

— Trouxe notícias de meu pai?

Ela sacudiu a cabeça.

— Não. Sei apenas que ele continua a cumprir a pena que lhe foi imposta por Zeus(Ζεύς).

Pirra julgou perceber uma expressão de tristeza escurecer, por instantes, o rosto do rapaz.

— O que quer, então, de mim? — perguntou ele.

Ela sorriu, um tanto embaraçada.

— Sinceramente, não sei. Vim por causa de um sonho. Sonhei que Gaia(Γαῖα), a Mãe Terra, se aproximou de mim envolta por um manto tão longo que cobria todo o mundo e me disse: "Pirra, procure seu primo, Deucalião, e permaneça a seu lado. Aguardem, juntos, a palavra dos deuses, pois uma importante missão lhes está reservada". E então Gaia desapareceu e eu acordei.

Deucalião olhou-a, interessado.

— E como conseguiu me encontrar?

— Perguntei às ninfas e aos duendes.

Ele arregalou os olhos.

— Você os viu e conversou com eles?

— Claro! — respondeu ela, soltando uma risada. — E você, nunca falou com um duende?

Ele fez que não com a cabeça.

— Como não? — Pirra exclamou, espantada — Todos vêm os gênios da natureza! Convivi com eles toda a minha vida!

— E onde você morava, Pirra?

— Nas encostas do Olimpo — disse a moça.

— Então está explicado! Aqui, no mundo dos homens e tão longe da morada dos deuses, os duendes e as ninfas não conseguiriam chegar. Antes disso, seriam destruídos.

— Destruídos? — surpreendeu-se ela. — Mas, por quê?

Ele franziu o cenho.

— Olhe aqui, menina, acho que você não sabe bem onde veio parar. Os homens são cruéis, destruidores e, por onde passam, deixam somente tristezas. Como acha que os seres puros da natureza conseguiriam se aproximar?

Ela não respondeu. Apenas baixou os olhos, pensativa. Deucalião segurou-lhe a ponta do queixo, fazendo com que levantasse novamente a cabeça.

— Confia tanto em um sonho, a ponto de trocar o paraíso de onde veio por este mundo frio e doloroso?

E ela respondeu simplesmente:

— No mundo dos deuses, os sonhos são a nossa realidade. Gaia me deu uma ordem e aqui estou para cumpri-la. Vamos aguardar, pois os deuses em breve nos dirão o que esperam de nós. Devemos estar preparados para ouvir e obedecer....

Zeus, Gaia e Hermes(Ἑρμής) contemplavam calados os grossos rolos da fumaça negra que se levantava de vários pontos do mundo e formavam no céu nuvens escuras e sombrias, que conseguiam esconder até mesmo o brilho da carruagem de Hélios. O cheiro de queimado era tão forte que não deixava mais perceber o aroma das flores que enfeitavam a morada dos deuses.

— Gaia — disse Zeus, rompendo o silêncio — desculpe-me se interrompi seu repouso. Pedi a Hermes que a chamasse aqui, pois gostaria de saber o que pensa sobre os homens e sobre o que vêm fazendo à sua criação.

Gaia suspirou e continuou com os olhos presos no mundo semidestruído que se estendia além do Olimpo até sumir no horizonte. Finalmente respondeu:

— Zeus, meu mundo era tão belo e eu o amava tanto e ainda o amo, apesar dos homens. Posso lembrar-me como a vida foi criada. Com a vida, nasceu o Amor ou talvez com o Amor tenha nascido a vida. Amava as formas inferiores e já animadas, pois lá eu via o Amor da Criação. E perdia-me na contemplação dos animais em sua liberdade selvagem, e entre eles estava sempre o Amor. E então Prometeu criou o Homem. Era um ser perfeito, puro, pois a maldade ainda não nascera em seu coração. Tinha saudades da origem, do infinito, mas era ingênuo e ignorante. Poderia ter vivido em perfeita comunhão com a natureza, apesar disso. Era o senhor do mundo físico. Mas ele foi se transformando. Aprendeu a pensar e a resolver erradamente. Passou a ser dono de sua verdade.

 Zeus, desejoso de exterminar a criação de Prometeu, tentava com tudo isso encontrar uma desculpa para fazê-lo, e agradava-lhe ouvir aquele desabafo. No entanto Gaia continuou:

— O Homem percebeu que, para todos os problemas que enfrentava, podia ter duas soluções. Aprendeu a dizer sim e não segundo sua vontade e não por inspiração da Vontade Cósmica. E aprendeu a escolher errado. Os males que Pandora libertou encontraram abrigo em seu coração. As Musas e as Cárites tentaram em vão despertar neles a inspiração mais elevada. Nunca souberam Amar.

Calou-se. Zeus escutava, pensativo.

— Gaia, — disse ele — dei aos homens a oportunidade de conhecerem o Amor, quando os dividi em macho e fêmea. Deixei que descobrissem seu complemento no seu próprio interior, permitindo assim que se tornassem deuses também. Mas nada conseguiram.

— Sim, Zeus — concordou Gaia — os homens jamais despertaram o Amor em seus corações. Tive pena de Prometeu, pois sei que suas intenções eram boas. Tentei dar aos homens um pouco da luz que lhes pertencia por direito, mas para isso eu precisava de Amor e não podia encontrá-lo entre eles. Hoje, vejo a humanidade debater-se entre guerras e ódios, entre vícios e conhecimentos errôneos.

— Os homens embruteceram-se e só se orientam pelo sentidos físicos. — Completou Zeus. — Em lugar do Amor, surgiu neles um sentimento de posse e, em nome deste pseudo amor, a humanidade vem prostituindo os seus anseios mais puros. A volúpia do prazer físico leva-os a extremos. Corromperam-se todos, e  tudo foi substituído pela degradação moral. E as guerras continuam a tomar conta daquilo que outrora foi tão belo. É com horror que vejo o brilho de prazer em seus olhos, quando se lançam na mortandade de seus semelhantes. Com um sorriso nos lábios torturam seus prisioneiros de guerra e o cheiro de sangue excita-lhes os sentidos.

— Onde está o Amor? — Questionou Gaia. — O homem não olha mais o nascer do sol e nem se detém para contemplar o universo que o rodeia. Tudo é horror. Não existe mais o respeito e não conseguem dominar seus instintos bestiais. Fazem sexo sem Amor, apenas para a satisfação de seus desejos baixos e vis. Degradam seus próprios corpos na ânsia do prazer. Para atingirem seus objetivos não hesitam em esmagar seus semelhantes. Zeus, não vejo nenhum futuro para eles, nem para o mundo que criei com tanto Amor.

E uma lágrima cristalina escorreu pelo rosto de Gaia. Zeus segurou as mãos da Deusa-Terra entre as suas.

— Gaia, o mundo físico será reconstruído. A natureza voltará a ser respeitada e amada. Os animais correrão pelas matas livremente e os pássaros tornarão a bailar no azul dos céus. Tomei minha decisão. O mundo será purificado.

Convocado o conselho dos deuses, todos obedeceram e tomaram o caminho do Grande Santuário. Dirigindo-se à assembléia reunida, Zeus expôs as terríveis condições que reinavam na Terra e anunciou que iria destruir todos os homens e criar uma nova raça que fosse mais digna de viver e que soubesse melhor cultuar os deuses. Assim, apoderou-se de um de seus raios, e já estava prestes a atirá-lo contra o mundo, destruindo-o pelo fogo.

Hera que a tudo assistia silenciosamente aproximou-se e falou:

— Zeus, a destruição pelo fogo poderá por em risco tudo no mundo físico inclusive a nossa morada o Olimpo.

Quando percebeu o perigo que um incêndio teria para os próprios deuses, Zeus voltando-se para o mensageiro do Olimpo, que a tudo escutara calado, ordenou: — Hermes, traga Poseidon à minha presença!...