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sábado, 1 de junho de 2013

Capítulo 11: MÉTHIS: A PRIMEIRA AMANTE DE ZEUS

Méthis (Μῆτις). Por Genzoman.

Métis(Μῆτις)  era uma deusa titânica, filha de Tétis(Τηθύς) e Oceano(Ὠκεανὸς) e personificação da prudência. Foi a pedido de Gea que ela formulou o elixir que fez com que Crono(Κρόνος) vomitasse os irmãos de Zeus(Ζεύς). E durante a calmaria que se seguiu a Titanomaquia(Τιτανομαχία), passava bastante tempo admirando sua forma física, olhava sua silhueta esguia e despida, refletida na superfície polida de uma pedra que encontrara nas encostas do monte Olimpo.



Levara-a para seus aposentos. Em função do veículo denso que agora usavam, muitas atividades novas surgiram na vida diária dos deuses. A sensação de calor e frio obrigara-os a procurar um meio de proteger o corpo. À princípio, usaram apenas a pele dos animais. Mas logo descobriram um meio de tecer a fibra de certas plantas e usar a lã das ovelhas. De uma maneira ou de outra, iam aprendendo a satisfazer as exigências de seu novo organismo.

Quando se cansavam das atividades físicas, adormeciam e abandonavam o corpo denso. Usavam apenas o astral, largavam o mundo de matéria e voltavam ao espaço, ao universo. Mas as sensações que descobriam, a cada dia que passava, faziam com que ficassem cada vez mais presos ao mundo físico.

As infinitas grutas do Olimpo serviam-lhes de morada e aos poucos foram sendo modificadas e adaptadas às suas recentes necessidades. Alimentavam-se de mel, grãos, verduras e frutos. Ocasionalmente sacrificavam um touro em ritual e depois comiam sua carne, tentando com isto trazer para seus organismos físicos não somente a força do animal, como também todas as virtudes que lhe haviam sido conferidas, durante a cerimônia.

Métis ajeitou melhor a pedra polida, de modo que pudesse ver seu corpo inteiro. Depois pegou uma peça de tecido, feita com as fibras de uma planta rara e exótica, e encostou-a no corpo nu. Virou-se de lado, para observar melhor o efeito do pano claro contra sua pele morena.

Não viu quando Zeus chegou e parou à entrada de seus aposentos. Ele não conseguia despregar os olhos do corpo bem feito da deusa. Pela primeira vez, apreciar a beleza feminina despertava em seu íntimo uma sensação nova, até então desconhecida. E a centelha do instinto começou a acender-se em seu corpo humano e ele deu um passo em direção à Métis.

Pelo reflexo da pedra polida ela, enfim, percebeu sua presença. Voltou-se subitamente, alegre com a chegada de Zeus. 

— Zeus, o que...

Ia perguntando alguma coisa, em meio a um sorriso brejeiro, mas o olhar estranho com que o supremo deus do Olimpo a envolvia, fez com que se calasse. Ele estendeu as mãos, mergulhou-as em seus longos cabelos e acariciou levemente a curva de seu pescoço bem modelado.

Métis estremeceu, ao morno contato. Percebeu o despertar de uma emoção nova, que comprimia suas entranhas com garras de aço. Fechou os olhos e abandonou-se ao toque gentil das mãos do deus.

Zeus tentava também compreender a natureza do calor que o envolvia, que tomava conta de todo o seu ser e que fazia com que a atraísse cada vez mais para perto de si. Suas bocas se encontraram, surpresas à princípio e sôfregas depois, e a humanidade que os revestia assumiu o comando da mente e das sensações.

Deitaram-se sobre o leito forrado com peles de carneiro e deixaram que seus movimentos fossem guiados por aquela força instintiva que nascia, crescia e os impelia cada vez mais um para o outro, que o impulsionava para ela, para dentro dela, e agitava seus corpos numa ardorosa cadência.

De repente, uma forte energia correu entre seus corpos físicos e etéreos, tornando-os um só. Numa explosão interna, o divino tornou-se humano e o humano se transformou em divino.  

Zeus estremeceu. Seu corpo relaxou e sua respiração foi se normalizando. Olhou com doçura o rosto de sua companheira e sorriu de leve. Não disse nada. Apenas deslizou para o lado, fechou os olhos e deixou que uma paz intensa e profunda fosse se impregnando em todas as células de seu corpo. E dormiu como uma criança...

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