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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Capítulo 6: EROS O DEUS DO AMOR E SUAS TRAVESSURAS

EROS(Ἔρως). Por Genzoman.

Crono(Κρόνος) havia tirado seus irmãos do seio da Terra. Essa vitória deixou-o ainda mais seguro, pois sabia poder confiar neles para ajudá-lo a manter-se no poder. E, com relação aos Gigantes de cem mãos e cem braços, os Hecatônquiros(Ἑκατόγχειρες), Crono deixou-os presos, pois não inspiravam fidelidade. Isso porque, se tinha certeza de poder confiar nos Titãs como amigos capazes de fazer tudo o que pedisse, desconfiava desses Gigantes e tinha medo da força deles.



Um único titã recusou-se a apoiar Crono: foi Oceanos. Ele achou horrível o fato de um filho ter coragem de ferir o próprio pai para tirar-lhe o trono. Esse foi o motivo pelo qual não apoiou os planos de Crono. Por isso, Oceanos retirou-se para um lugar muito distante, levando consigo Tétis, aonde passou a viver em paz, por não concordar com as leis ilícitas de seu irmão.

Assim como os Hecatônquiros, Crono sentia-se ameaçado pelo que fizera ao seu pai., por isso trancafiou,  nas prisões eternas e profundas do Orco, os Ciclopes: Brontes(Βρόντης), o trovão; Estéropes(Στερόπης), o relâmpago; e Arges(Ἄργης), o raio. Em troca, libertou Ógigos, o seu irmão mais velho, segundo as ordens da mãe Gea. Ógigos, agradecido por ter-lhe concedido a liberdade, estabeleceu sete planetas, para cada qual um titã governar.

Crono, apesar de ser o mais novo dos Titãs, depois de haver destronado o pai, obteve de seu irmão mais velho, Ófion, o monstro-serpente, ou Ógigos, o Titã, o favor e o direito de governar sobre o Universo, por ter sido o único a impor coragem e rebelar-se. Mas Ógigos impôs a Crono uma condição:

— Reinarás supremo, mas faze morrer toda a tua posteridade masculina, para que não sejas ameaçado nem o teu poder.

Após a destituição e "aposentadoria" compulsória de Urano, Crono passou a residir no céu e se tornou o novo "rei dos deuses" e seu reinado foi uma verdadeira Idade de Ouro.

Eros(Ἔρως) tomou para si uma forma astral muito bela. Surgiu como um jovem rapaz de cabelos castanhos e longos, carregando sempre consigo uma aljava carregada de setas banhadas num curioso elixir, que tinha a propriedade de despertar o amor nos casais, aproximando-os inevitavelmente.

Eros está sempre à espreita dos belos de corpo e de almas, com sagazes ardis. É corajoso, audaz e constante. Eros é um caçador temível, astucioso, sempre armando intrigas. Gosta de invenções e é cheio de expediente para consegui-las. É filósofo o tempo todo, encantador poderoso, fazedor de filtros, sofista.

E foi apenas por uma tola brincadeira que resolveu flechar o coração de Rhea(Ῥέα). A deusa passou a suspirar pelos cantos, sem que ninguém conseguisse atinar o verdadeiro motivo de seu sofrimento. Eros também a observava discretamente.

— Por quem iria Rhea se apaixonar? — Pouco depois, surpreendeu-a olhando para Crono com adoração. Teve pena dela. — Logo Crono?

Na tentativa de punir Crono, a deusa Nix(Νύξ), a Noite, teve uma porção de filhos medonhos: Tânatos (a Morte) e seu irmão Hipnos (o Sono), a Mentira, os Íncubos (Pesadelos), a Guerra, Nêmesis (a Vingança), Guéras (a Velhice), Ftonos (a Inveja), as terríveis Queres (Kéres, os maus espíritos), entre muitos outros. Por isso, sentado no trono de seu pai, Crono passou a reinar em um mundo dominado pelo terror, pela falsidade, pelo ódio, pela angústia, pela vingança e pela destruição.

A era de ouro estava findada. Eros não reconhecia mais o rei. Era cruel, dominador e, sobretudo, parecia detestar as mulheres. Todos sabiam que o medo de vir a ser pai era o grande motivo que alimentava aquela animosidade contra as deusas. Era respeitado por todos, mas não amado. Com o passar das eras, Crono se transformou em um déspota tão maligno quanto o pai. Temeroso do poder dos ciclopes e dos Hecatônquiros, encerrou-os de novo no Tártaro(Τάρταρος). Até mesmo Gea ficou contra ele depois do incidente dos Ciclopes.

Aconteceu logo que ele tomou o reinado de Urano. Gea, aflita, pediu-lhe então que libertasse seus filhos, os Hecatônquiros, do seio da terra. Ele prontamente atendeu ao pedido da mãe. Mas, ao ver a força mal contida daqueles filhos de Gea, ficou preocupado. Todos o viam, assustado, deslizando pelo espaço, olhando em volta de si, como se temesse algum ataque de surpresa. Por fim, resolveu descer ao Érebo. E lá, na escuridão infernal, encontrou a imensa área denominada de Tártaro. Mobilizando energias, cercou o Tártaro com fortes descargas elétricas, tornando impossível a fuga.

Também, trabalhando com energias, fez daquele local, um centro de torturas temíveis. Para cuidar do Tártaro, escolheu Tânatos, a morte, filho de Nix que depois da sua breve união com Érebo criando a luz atmosférica, Nix desdobrou-se e gerou, sozinha, muitas outras divindades. Seus mais importantes descendentes foram as Hespérides, as Moiras, Nêmesis, Éris, Lete e Tânatos.

Após colocar Tânatos como carcereiro de sua nova prisão, Crono ali aprisionou os Hecatônquiros e também os Ciclopes. As Eríneas, esvoaçando em meio a grande estardalhaço, a tudo presenciaram e, em seguida, resolveram acompanhar seus irmãos, os Gigantes(Γίγαντες), e ali estabeleceram sua morada, longe do céu e da luz, senhoras absolutas do castigo com que atormentariam suas vítimas, fustigando-as com o chicote e queimando-as com a tocha que sempre traziam entre as mãos...

Rhea sofria. Um dia, porém, decidiu-se e foi procurar Eros. O rapaz olhou-a, desconfiado. Teria ela percebido sua traquinagem? Teria vindo pedir-lhe para desfazer o encanto? Mas como? Ele não sabia...

— Eros, — começou Rhea, meio sem jeito — vim lhe pedir um favor, Mas, se não for possível, não fique constrangido em negá-lo.

Eros respirou, aliviado.

— Um pedido seu é uma ordem para mim, deusa. Fale, como posso servi-la?

Rhea olhou em volta, para certificar-se de que não estava sendo ouvida.

— Bem, — gaguejou — eu queria que você ferisse o coração de Crono com uma destas suas flechas encantadas.

Eros abriu um sorriso cativante...

4 comentários:

  1. Tá, mas por que a Nix iria querer punir Cronos?

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    1. Ogiges, Ogige, Ogigo ou Ogigos (em grego: Ὠγύγης or Ὠγύγος) foi um rei mitológico primevo da Grécia Antiga, geralmente da Beócia,[1] mas uma lenda alternativa também faz dele o primeiro rei da Ática. Embora a etimologia e o significado originais sejam incertos, a palavra grega Ogygios (Ωγύγιος), que significa ogígico, acabou se tornando um sinônimo de "primevo", "primordial", "das primeiras eras".[2]

      É mais conhecido como o rei dos ectenos ou hectenos, povo autóctone da Beócia, onde a cidade de Tebas seria fundada posteriormente.[3] Como tal, ele se tornou o primeiro soberano de Tebas, que foi, naquele tempo, chamada de Ogígia em sua homenagem. Posteriormente, os poetas viriam a se referir aos tebanos como ogígidas.[4]

      A história foi contada por Pausânias, que, escreveu em suas viagens na Beócia no século II d.C.: "Dizem que os primeiros a ocupar a terra de Tebas foram os ectenos, cujo rei era Ogigo, um aborígene. De seu nome derivou-se "ogígia", que é um epíteto de Tebas utilizado pela maioria dos poetas."[5]

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