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sábado, 10 de agosto de 2013

Capítulo 40: A PROCURA POR CORE, O INFORTÚNIO DE METANIRA.

Metanira(Μετάνειρα). Por lordaphaius28.

Com o desaparecimento de Core(Κόρη), Deméter(Δήμητρα), desesperada, saiu à procura da filha. Não dormia, não comia e nem se banhava. Apenas caminhava e interpelava a todos os que encontrava em sua caminhada. Ao cair a noite, com duas tochas acesas, disfarçando-se de velha camponesa, continuou, de porta em porta, a bater em choupanas e palácios. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Capítulo 39: O RAPTO DE CORE A AMADA FILHA DE DEMETER

HADES(Άδης) e CORE(Κόρη). Por Genzoman.

Ao chegar ao Olimpo, Hades(Άδης) foi pedir a Zeus(Ζεύς), que falasse com Deméter(Δήμητρα), para que lhe desse sua filha em casamento. Queria tê-la consigo em seu reino, para com ele viver e reinar.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Capítulo 38: HADES, O IMPERADOR DO MUNDO DOS MORTOS


Hades(Άδης). PorGenzoan.

Após a vitória sobre os Titãs, a Hades(Άδης) coube domínio dos reinos subterrâneos, ou seja, o lugar para onde vão as almas das pessoas mortas (sejam elas boas ou más), guiadas por Hermes(Ἑρμής), o emissário dos deuses, para lá tornarem-se sombras. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Capítulo 37: DEMÉTER, A DEUSA DA COLHEITA E SEU AMANTE MORTAL IÁSION

DEMÉTER(Δημήτηρ). Por Genzoman.

Os homens conseguiram, a duras penas e com o auxílio dos espíritos da natureza, fazer com que a terra voltasse a dar flores e frutos. Deucalião(Δευκαλίων) e Pirra(Πύρρα) tiveram filhos e filhas. As planícies voltaram a verdejar e as gotas douradas do sol novamente surgiram sobre a superfície tranquila e cristalina dos lagos.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Capítulo 36: PIRRA E O DILÚVIO QUE PÔS FIM AOS HOMENS.

PIRRA(Πύρρα). Por Genzoman.

A paz abandonou definitivamente a Terra, que ficou entregue à cobiça dos homens. As coisas estavam nesse estado quando Zeus(Ζεύς), deus dos deuses, observando o caos que se instalara,decidiu pôr um fim nele.

domingo, 4 de agosto de 2013

Capítulo 34: ANFITRITE, A SENHORA DOS OCEANOS.

ANFITRITE(Ἀμφιτρίτη). Por Genzoman.

Poseidon(Ποσειδῶν), confiante, partiu de seu palácio azulado no fundo do mar em direção a Strongyle, a futura ilha de Náxos, conduzindo seu carro puxado por golfinhos. Fazia um lindo dia de sol quando chegou às margens pedregosas da ilha. 

sábado, 3 de agosto de 2013

Capítulo 33: POSEIDON, O SENHOR DOS MARES.

POSEIDON(Ποσειδῶν). Por Genzoman.

Com a derrota dos Titãs, Zeus(Ζεύς) realizou a partilha do mundo, concedendo a Hades(Άδης) os subterrâneos e os Infernos e a Poseidon(Ποσειδῶν) todas as águas que circundam e adentram na Terra. A Poseidon, que lhe coube pela sorte o domínio dos mares, Zeus deu-lhe de presente uma grande carruagem com a forma de concha. O carro vinha atrelado a dois seres monstruosos, metade cavalo metade serpente.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Capítulo 32: MEDUSA, A GÓRGONA AMALDIÇOADA.

Medusa(Μέδουσα). Por Genzoman.

As divindades marinhas não conseguiam esconder sua curiosidade. Por que teria Zeus(Ζεύς) chamado Poseidon(Ποσειδῶν) ao Olimpo? Ao chamado do Senhor do Olimpo, o rei dos oceanos deixou seu palácio encantado que se erguia sobre colunas de corais, no meio do magnífico jardim ornado de plantas marítimas e, segurando o pesado tridente, subiu em sua carruagem puxada por quatro imponentes corcéis marinhos e partiu através das águas, seguindo por uma incrível escolta de golfinhos e monstros marinhos.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Capítulo 31: DEUCALIÃO, O HERDEIRO DE PROMETEU. O DESTINO DOS HOMENS É SELADO.

DEUCALIÃO(Δευκαλίων). Por el-grimlock.

Depois que Pandora havia libertado os males contra o mundo, abrindo a ânfora, nascia a Geração de Bronze da Humanidade, e o crime irrompeu como uma inundação entre os homens; a Modéstia, a Verdade e a Honra fugiram, deixando em seus lugares a Fraude, a Astúcia, a Violência e a insaciável Cobiça. Os homens, pretendendo transpor as águas, começaram a derrubar árvores nas montanhas e ultrajar a face do Oceano.



A Terra, que até então fora cultivada em comum, começou a ser dividida entre os possuidores. Os homens não se contentavam com o que produzia a superfície, sendo assim escavaram a terra e tiraram do seu seio os minérios e metais. Produziu-se o danoso ferro e o ainda mais danoso ouro. Surgiu a Guerra, utilizando-se de um e de outro como armas; o hóspede não se sentia em segurança em casa de seu amigo; os genros e sogros, os irmãos e irmãs, os maridos e mulheres não podiam confiar uns nos outros. Os filhos desejavam a morte dos pais, a fim de lhe herdarem a riqueza; o amor familiar caiu prostrado.

— Onde foi que errei? — perguntava Prometeu(Προμηθεύς) a si mesmo, vendo os homens se destruírem em meio a guerras e crimes hediondos. — O que fiz de errado?

A Terra ficou úmida de sangue, e os deuses a abandonaram, um a um, até que ficou somente Astréia, deusa da inocência e da pureza, que, finalmente, acabou também partindo. Prometeu não se conformava. A esperança que um dia tivera de ver os homens evoluírem espiritualmente, já não mais existia. Só ficou a tristeza.

— Céus! — exclamou, vendo a águia que se aproximava mais uma vez para bicar-lhe o fígado — Por que não me devora de uma vez? Meu maior castigo não é a dor desta ferida aberta, mas sim a destruição de meu ideal e de minha esperança. — Retorceu os lábios num sorriso dolorido — Esperança! Que ironia! Foi o único Bem que restou aos homens e é justamente o que fugiu de mim.

E lá estão eles, orando e pedindo aos deuses uma felicidade que foi arrancada de suas almas por suas próprias atrocidades. E têm a esperança de serem atendidos; esperam um futuro melhor. E o que pensam os deuses? Têm também a esperança de que eles se regenerem? Não, certamente. A Esperança é um Bem que pertence somente aos homens. Aos deuses cabe a Sabedoria e onde há a Sabedoria, não existe a Esperança, mas somente o conhecimento daquilo que é e que será. E a mim, nada mais resta...

Restava, sim, mas ele não sabia. Restava Deucalião(Δευκαλίων), o filho que deixara no ventre de uma mulher, na última vez em que conseguiu escapar. Depois disso, Hefesto o prendeu à rocha com pesados grilhões e nunca mais pôde fugir...

Deucalião cresceu entre os homens e herdou do pai os sonhos e as esperanças. Uma vez, ao vê-lo de olhos pregados no infinito, sua mãe sacudiu a cabeça.

— Desça dos céus, menino, e ponha os pés na terra! Não siga o exemplo de seu pai que, de tanto olhar para o céu, terminou acorrentado à rocha, no meio das nuvens. Não sonhe demais, busque a realidade.

E ele descansou nela os olhos tristes.

— Que realidade, mãe? As brutalidades que nos cercam? Para que olhar para os homens, se posso contemplar os deuses com os olhos de minha alma?

Ela afagou seus cabelos rebeldes.

— Pois, então, peça aos deuses que o protejam, pois no mundo cruel dos homens não há lugar para os sonhadores.

Um dia, estava Deucalião dormindo recostado a uma árvore, quando foi despertado pelo toque leve de dedos macios sobre seu ombro. Abriu os olhos, espantado, e viu uma moça à sua frente. Vestia uma túnica longa, presa à cintura por um longo cinto, como as deusas. Pensou que era uma alucinação.

— Deucalião? — perguntou a jovem, numa voz suave, mas bastante real. — Você é Deucalião?

— Sim — respondeu ele. — Este é o meu nome. E você, quem é?

— Sou Pirra(Πύρρα), filha de Pandora e Epimeteu, irmão de seu pai.

Deucalião levantou-se, num salto, e seu rosto se iluminou.

— Trouxe notícias de meu pai?

Ela sacudiu a cabeça.

— Não. Sei apenas que ele continua a cumprir a pena que lhe foi imposta por Zeus(Ζεύς).

Pirra julgou perceber uma expressão de tristeza escurecer, por instantes, o rosto do rapaz.

— O que quer, então, de mim? — perguntou ele.

Ela sorriu, um tanto embaraçada.

— Sinceramente, não sei. Vim por causa de um sonho. Sonhei que Gaia(Γαῖα), a Mãe Terra, se aproximou de mim envolta por um manto tão longo que cobria todo o mundo e me disse: "Pirra, procure seu primo, Deucalião, e permaneça a seu lado. Aguardem, juntos, a palavra dos deuses, pois uma importante missão lhes está reservada". E então Gaia desapareceu e eu acordei.

Deucalião olhou-a, interessado.

— E como conseguiu me encontrar?

— Perguntei às ninfas e aos duendes.

Ele arregalou os olhos.

— Você os viu e conversou com eles?

— Claro! — respondeu ela, soltando uma risada. — E você, nunca falou com um duende?

Ele fez que não com a cabeça.

— Como não? — Pirra exclamou, espantada — Todos vêm os gênios da natureza! Convivi com eles toda a minha vida!

— E onde você morava, Pirra?

— Nas encostas do Olimpo — disse a moça.

— Então está explicado! Aqui, no mundo dos homens e tão longe da morada dos deuses, os duendes e as ninfas não conseguiriam chegar. Antes disso, seriam destruídos.

— Destruídos? — surpreendeu-se ela. — Mas, por quê?

Ele franziu o cenho.

— Olhe aqui, menina, acho que você não sabe bem onde veio parar. Os homens são cruéis, destruidores e, por onde passam, deixam somente tristezas. Como acha que os seres puros da natureza conseguiriam se aproximar?

Ela não respondeu. Apenas baixou os olhos, pensativa. Deucalião segurou-lhe a ponta do queixo, fazendo com que levantasse novamente a cabeça.

— Confia tanto em um sonho, a ponto de trocar o paraíso de onde veio por este mundo frio e doloroso?

E ela respondeu simplesmente:

— No mundo dos deuses, os sonhos são a nossa realidade. Gaia me deu uma ordem e aqui estou para cumpri-la. Vamos aguardar, pois os deuses em breve nos dirão o que esperam de nós. Devemos estar preparados para ouvir e obedecer....

Zeus, Gaia e Hermes(Ἑρμής) contemplavam calados os grossos rolos da fumaça negra que se levantava de vários pontos do mundo e formavam no céu nuvens escuras e sombrias, que conseguiam esconder até mesmo o brilho da carruagem de Hélios. O cheiro de queimado era tão forte que não deixava mais perceber o aroma das flores que enfeitavam a morada dos deuses.

— Gaia — disse Zeus, rompendo o silêncio — desculpe-me se interrompi seu repouso. Pedi a Hermes que a chamasse aqui, pois gostaria de saber o que pensa sobre os homens e sobre o que vêm fazendo à sua criação.

Gaia suspirou e continuou com os olhos presos no mundo semidestruído que se estendia além do Olimpo até sumir no horizonte. Finalmente respondeu:

— Zeus, meu mundo era tão belo e eu o amava tanto e ainda o amo, apesar dos homens. Posso lembrar-me como a vida foi criada. Com a vida, nasceu o Amor ou talvez com o Amor tenha nascido a vida. Amava as formas inferiores e já animadas, pois lá eu via o Amor da Criação. E perdia-me na contemplação dos animais em sua liberdade selvagem, e entre eles estava sempre o Amor. E então Prometeu criou o Homem. Era um ser perfeito, puro, pois a maldade ainda não nascera em seu coração. Tinha saudades da origem, do infinito, mas era ingênuo e ignorante. Poderia ter vivido em perfeita comunhão com a natureza, apesar disso. Era o senhor do mundo físico. Mas ele foi se transformando. Aprendeu a pensar e a resolver erradamente. Passou a ser dono de sua verdade.

 Zeus, desejoso de exterminar a criação de Prometeu, tentava com tudo isso encontrar uma desculpa para fazê-lo, e agradava-lhe ouvir aquele desabafo. No entanto Gaia continuou:

— O Homem percebeu que, para todos os problemas que enfrentava, podia ter duas soluções. Aprendeu a dizer sim e não segundo sua vontade e não por inspiração da Vontade Cósmica. E aprendeu a escolher errado. Os males que Pandora libertou encontraram abrigo em seu coração. As Musas e as Cárites tentaram em vão despertar neles a inspiração mais elevada. Nunca souberam Amar.

Calou-se. Zeus escutava, pensativo.

— Gaia, — disse ele — dei aos homens a oportunidade de conhecerem o Amor, quando os dividi em macho e fêmea. Deixei que descobrissem seu complemento no seu próprio interior, permitindo assim que se tornassem deuses também. Mas nada conseguiram.

— Sim, Zeus — concordou Gaia — os homens jamais despertaram o Amor em seus corações. Tive pena de Prometeu, pois sei que suas intenções eram boas. Tentei dar aos homens um pouco da luz que lhes pertencia por direito, mas para isso eu precisava de Amor e não podia encontrá-lo entre eles. Hoje, vejo a humanidade debater-se entre guerras e ódios, entre vícios e conhecimentos errôneos.

— Os homens embruteceram-se e só se orientam pelo sentidos físicos. — Completou Zeus. — Em lugar do Amor, surgiu neles um sentimento de posse e, em nome deste pseudo amor, a humanidade vem prostituindo os seus anseios mais puros. A volúpia do prazer físico leva-os a extremos. Corromperam-se todos, e  tudo foi substituído pela degradação moral. E as guerras continuam a tomar conta daquilo que outrora foi tão belo. É com horror que vejo o brilho de prazer em seus olhos, quando se lançam na mortandade de seus semelhantes. Com um sorriso nos lábios torturam seus prisioneiros de guerra e o cheiro de sangue excita-lhes os sentidos.

— Onde está o Amor? — Questionou Gaia. — O homem não olha mais o nascer do sol e nem se detém para contemplar o universo que o rodeia. Tudo é horror. Não existe mais o respeito e não conseguem dominar seus instintos bestiais. Fazem sexo sem Amor, apenas para a satisfação de seus desejos baixos e vis. Degradam seus próprios corpos na ânsia do prazer. Para atingirem seus objetivos não hesitam em esmagar seus semelhantes. Zeus, não vejo nenhum futuro para eles, nem para o mundo que criei com tanto Amor.

E uma lágrima cristalina escorreu pelo rosto de Gaia. Zeus segurou as mãos da Deusa-Terra entre as suas.

— Gaia, o mundo físico será reconstruído. A natureza voltará a ser respeitada e amada. Os animais correrão pelas matas livremente e os pássaros tornarão a bailar no azul dos céus. Tomei minha decisão. O mundo será purificado.

Convocado o conselho dos deuses, todos obedeceram e tomaram o caminho do Grande Santuário. Dirigindo-se à assembléia reunida, Zeus expôs as terríveis condições que reinavam na Terra e anunciou que iria destruir todos os homens e criar uma nova raça que fosse mais digna de viver e que soubesse melhor cultuar os deuses. Assim, apoderou-se de um de seus raios, e já estava prestes a atirá-lo contra o mundo, destruindo-o pelo fogo.

Hera que a tudo assistia silenciosamente aproximou-se e falou:

— Zeus, a destruição pelo fogo poderá por em risco tudo no mundo físico inclusive a nossa morada o Olimpo.

Quando percebeu o perigo que um incêndio teria para os próprios deuses, Zeus voltando-se para o mensageiro do Olimpo, que a tudo escutara calado, ordenou: — Hermes, traga Poseidon à minha presença!...